segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Nomes de Rua: Quem foi MARTINHO RAMOS?


Martinho Urbano Ramos nasceu em Matinhos no dia 20 de Março de 1907, casou com D. Ernestina da Silva Ramos e tiveram dois filhos: Raul Ramos e Izalita Ramos. Pescador e lavrador, morava na “Guaiapira” (plantação próxima ao riacho) onde depois passou a ser o tratamento sanitário da Sanepar, no Tabuleiro. Plantava arroz, mandioca, feijão e cana. A produção de arroz era levada nas costas, no caminho do pique, para chegar a um caminhão até a prainha e colocados em canoa para Guaratuba onde era vendida. Fabricava farinha de mandioca, criava galinhas e porcos. A banha do porco era armazenada para uso doméstico. Quando vendiam a produção de arroz entrava um pouco de dinheiro para comprar tecidos para fazer roupas para o ano todo, pois o dinheiro era difícil e só entrava uma vez por ano. Na época da tainha era uma festa, pois tinha muita fartura de peixes que eram comercializados em Paranaguá, transportados no caminhão do Sr Jorge Borges. Também defumavam o que sobrava para serem conservados e consumidos na época que não tinham peixe. O dinheiro que arrecadavam era dividido em “quinhão” entre todos os pescadores que ajudaram. O líder da pesca ganhava um pouco mais, que era o Sr Martinho Ramos. Ficavam acampados nos ranchos de canoa na Prainha por média de 45 dias, enquanto tinha peixe. Não havia luz elétrica e por isso usavam o lampião. A água era buscada em latas no morro, pois segundo o Sr Martinho a água melhor era a lá de cima...  O Sr Martinho era muito religioso e capelão de terço. Não havia padre na região, mas as obrigações religiosas não eram esquecidas. Na Capela Santana rezavam o terço, depois tiravam os santos e festejavam com um fandango que amanhecia o dia. Quando chegava a Bandeira do Divino, o Sr Martinho e sua família participavam fervorosamente acompanhando até por três dias juntos. No carnaval era uma festa, mas o último dia, às vinte e três horas, todos iam para suas casas, não se passava da meia noite na rua, pois era a chegada da quaresma. Na quaresma o respeito era grande. Na quarta-feira de cinzas nem a casa era varrida, não se comia carne, nem o cabelo era penteado. A Folia de Reis era muito esperada, pois as casas que entrava recebiam muitas bênçãos e fartura. Fato a ser lembrado é que naquela época também existia muita malária tornando-se comum ficarem doentes. Não existia médico e por isso faziam fumaça para espantar os pernilongos durante a noite Durante o dia tinha muita mutuca, o que fazia com que as crianças sofressem com as picadas do inseto. Apesar das dificuldades como a falta de médico e o  acesso difícil para transporte, a vida simples e humilde que levavam deixaram saudades aos seus familiares que lembram com orgulho de sua existência.  Martinho era irmão de Juvêncio Ramos

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